Amêndoas vs. Arroz vs. Batatas para a Oesteoporose
Escrito originalmente pelo Dr. Michael Greger M.D. FACLM em
8 de Novembro de 2018. Publicado originalmente aqui. Traduzido e adaptado por João Madureira.
Actualmente, estima-se que dez milhões de americanos sofram de
osteoporose, causando mais de um milhão de fracturas, incluindo centenas de
milhares de fraturas da anca, uma razão comum para as pessoas irem para
lares de 3ª idade. Muitas mulheres mais velhas dizem que preferiam morrer a partir
a anca e acabar num lar.
O osso é um “órgão vivo e dinâmico que constantemente se renova
por um processo de remodelação e modelação”, envolvendo a destruição do osso
por células chamadas osteoclastos, e formação de osso por células chamadas
osteoblastos. A osteoporose é causada por
um desequilíbrio entre a perda e o ganho de osso, normalmente relacionada com
as mudanças hormonais que ocorrem durante a menopausa. Haverá alguma coisa que
possamos fazer para alterar o equilíbrio a favor do osso?
Há vários compostos específicos nos alimentos vegetais que parecem promissores,
mas, como discuti no meu vídeo Amêndoas para a Osteoporose, baseiam-se em estudos in vitro em que os pesquisadores
basicamente gotejam alguns compostos vegetais, como por exemplos
fitonutrientes dos arandos, em células de osso numa placa de Petri, e se
observa um aumento de células que produzem osso ou uma diminuição de
células que destroem osso. Mas, por muito que as pessoas gostem de molho de
arando, não o injetam nas suas veias. Para que os fitonutrientes cheguem ao
osso, têm primeiro de ser absorvidas no trato intestinal, e serem processadas pelo
fígado, antes de circularem e chegarem ao esqueleto. Portanto, o que precisamos
é de um chamado estudo ex vivo, em
que se estuda algumas pessoas, dando-lhes um alimento (ou não), recolhe-se
sangue algumas horas depois, e depois goteja-se o sangue em células de osso para
ver se há alguma diferença.
Portanto, os pesquisadores expuseram osteoclastos humanos (células que
destroem osso), a sangue recolhido antes e 4 horas depois de comer um punhado
de amêndoas. Mas, esperem. Se comermos um punhado de amêndoas todos os dias,
não ganhamos peso? São quase 200 calorias por dia. Num estudo, as mulheres adicionaram à
sua alimentação normal um punhado de amêndoas — cerca de 35 amêndoas — como um
snack a meio da manhã e foram instruídas para comerem tanto quanto quisessem ao
almoço e ao jantar desse dia. O que aconteceu? Elas comeram menos. De facto,
comeram tanto menos, que cancelaram as calorias das amêndoas. No estudo, as
participantes comiam o mesmo pequeno-almoço e depois 0, 173, ou 259 calorias
sob a forma de amêndoas como um snack, antes de comerem o que quisessem ao almoço
e ao jantar. Os frutos secos pareceram ser tão saciantes que as pessoas comeram
menos ao almoço e ao jantar, de tal forma, que no fim do dia, não havia
diferença significativa na ingestão calórica total entre os três grupos. Parte
da razão pela qual adicionar frutos secos à alimentação não leva a aumento de
peso pode ser porque acabamos por desperdiçar cerca
de 1/3 das calorias pela sanita abaixo porque não as mastigamos suficientemente
bem. Pensamos ser por isso que há muito menos gordura no nosso fluxo sanguíneo
depois de comer amêndoas
inteiras, comparadas com a mesma quantidade de óleo de amêndoas, retirado da
mesma quantidade de frutos secos.
De volta ao estudo: então, os pesquisadores quiseram ver se conseguiam suprimir a
actividade das células que destroem os ossos. O que encontraram? “O soro
sanguíneo obtido na sequência do consumo de uma refeição de amêndoa inibe a
formação, função e expressão génica de osteoclastos… fornecendo evidência
directa que apoia a associação entre consumo normal de amêndoas e um risco reduzido
de desenvolver osteoporose”. Os pesquisadores também testaram o antes e o
depois de outros alimentos, incluindo arroz e batatas, para se assegurarem que
não era um efeito de comer em geral. Mas não: o efeito protector pareceu ser
específico para as amêndoas.
(os vídeos têm legendas em português disponíveis nas suas opções)
E quanto aos lacticínios? Vê O leite será bom para os ossos?
E quanto aos suplementos de cálcio? Vê Os suplementos de cálcio serão seguros? e Os suplementos de cálcio serão eficazes?.
Surpreendida por não haver ganho de peso ao comer esses frutos secos todos?
Deixarás de estar quando vires Frutos secos e obesidade: O peso das evidências. E se achas
que isso é surpreendente, Pistáchios para a disfunção eréctil vai realmente
chocar-te.
Queres saber mais sobre estudos engenhosos ex vivo? Vê:
- Bio-ensaio Ex Vivo de proliferação de cancro
- Que especiarias diminuem a inflação?
- Inibindo a activação das plaquetas com sementes de
tomate
Um dos mecanismos potenciais pelo qual os frutos secos podem ser tão
saudáveis para os nossos ossos pode encontrar-se no vídeo Fitatos para a prevenção da osteoporose. E quanto ao poder
das ameixas? Vê: Ameixas para a
Osteoporose.
Com saúde
Michael Greger, M.D.
Michael Greger, M.D.
PS: Se ainda não o fez, pode subscrever os meus vídeos gratuitos aqui e ver a última apresentação de final de ano:
- 2016: Como Não Morrer: O Papel da Alimentação na Prevenção, Paragem, e Reversão das Nossas 15 Doenças Mais Mortais. (legendas disponíveis nas opções do filme)
Artigo traduzido por João Madureira. Lê o livro do Dr. Greger, "Como Não Morrer" (PT) ou "Comer Para Não Morrer" (BR). Em Portugal está também disponível um livro de receitas, também chamado "Como Não Morrer"
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