Como tratar Lúpus com cúrcuma


Escrito originalmente pelo Dr. Michael Greger M.D. FACLM a 23 de Outubro de 2018. Publicado originalmente aquiTraduzido por João Madureira.
Crédito da imagem: Pixabay

As diferentes doenças autoimunes tendem a atingir diferentes órgãos. Se o nosso sistema imunitário atacar as células produtoras de insulina no pâncreas, podemos ter diabetes tipo 1. Se atacar a nossa glândula tiróide, podemos ficar com hipotiroidismo. Mas, na doença autoimune lúpus, o nosso sistema imunitário ataca o próprio núcleo das nossas células, muitas vezes produzindo anticorpos e atacando o próprio ADN. Portanto, o lúpus pode danificar qualquer sistema de órgãos e resultar em quase qualquer complicação. As mulheres têm uma probabilidade 9 vezes maior de contrair a doença, e o pico de diagnósticos é muitas vezes na altura melhor da vida. Centenas de milhares, ou mesmo milhões de americanos sofrem desta doença temida. Uma das manifestações mais comuns é a inflamação dos rins, ocorrendo em quase metade dos pacientes.

A inflamação dos rins é também um dos mais sérios efeitos do lúpus, causada pela própria doença ou “como resultado da toxicidade de drogas imunossupressoras”. Fármacos de quimioterapia como Cytoxan (ciclofosfamida), por exemplo, podem ter efeitos severos, que ameaçam a sobrevivência, incluindo leucemia e cancro da bexiga, e muitas mulheres perdem o cabelo e ficam permanentemente inférteis. Há uma necessidade urgente de opções de tratamento melhores.

Como mostro no meu vídeo, Fighting Lupus with Turmeric: Good as Gold, a suplementação oral de cúrcuma (açafrão-da-índia) diminui a proteinúria, hematúria, e a pressão sistólica do sangue — as manifestações clínicas mais importantes em pacientes que sofrem de inflamação renal por lúpus, recorrente ou refractária (ou seja, incurável) — de acordo com um estudo aleatorizado, duplo-cego, e controlado por placebo. O estudo examinou a proteinúria, o derramamento de proteína para a urina, “um sinal de prognóstico ominoso”. No grupo de controlo, três pessoas melhoraram, três pessoas ficaram melhores, e o resto permaneceu na mesma. No grupo da curcuma, uma pessoa piorou, uma ficou na mesma, mas o resto das pessoas melhoraram.

Note que os pesquisadores usaram cúrcuma, a especiaria tal como vem da quinta, e não curcumina, que é um componente extraído e muitas vezes administrado em forma de suplemento. Pegaram em mulheres com lúpus descontrolada, e fizeram com que ingerissem ¼ de colher de chá de cúrcuma com cada refeição durante três meses. No meu supermercado local, isso equivale a cerca de 5 cêntimos por dose, comparado com os 35.000 dólares por ano de um dos últimos fármacos para a lúpus. Adivinhe sobre qual das alternativas será mais provável que os médicos estejam informados?



Para mais sobre os efeitos anti-inflamatórios da cúrcuma, vê:
E quanto aos seus efeitos anti-cancerígenos?
Para considerações sobre a melhor forma de tomar, vê Boosting the Bioavailability of Curcumin e para restrições à sua ingestão vê Who Shouldn’t Consume Curcumin or Turmeric?.

Com saúde
Michael Greger, M.D.


PS: Se ainda não o fez, pode subscrever os meus vídeos gratuitos aqui e ver a última apresentação de final de ano:
Artigo traduzido por João Madureira. Lê o livro do Dr. Greger, "Como Não Morrer" (PT) ou "Comer Para Não Morrer" (BR). Em Portugal está também disponível um livro de receitas, também chamado "Como Não Morrer"

Conhece os 12 alimentos a consumir diariamente ou segue-nos e fala connosco na nossa página do Facebook


Comentários

Mensagens populares deste blogue

A Dúzia Diária

O Arroz Preto e o Vermelho são melhores que o Arroz Castanho (“integral”), que por sua vez é mais Saudável que o Arroz Branco

A Resposta a um Mistério do Cancro Colorretal