Como Não Morrer de Disfunção Renal

Escrito originalmente por Dr. Michael Greger M.D. FACLM em 17 de Agosto de 2018. Publicado originalmente aquiTraduzido por João Madureira. 

A insuficiência renal pode ser prevenida e tratada com uma alimentação à base de plantas, e não admira: os rins são órgãos altamente vascularizados. Os pesquisadores da Harvard encontraram três factores significativos para o declínio da função renal: “proteína animal, gordura animal, e colesterol”. A gordura animal pode alterar a própria estrutura dos rins. No meu vídeo em baixo, podes ver pedaços de gordura a entupir os tubos em rins humanos autopsiados, a partir de um estudo publicado no The American Journal of Pathology.
A proteína animal pode ter um “efeito profundo” na função normal dos rins, induzindo “hiperfiltração”, aumentando a carga de trabalho sobre o rim. Mas não a proteína vegetal. Depois de comer atum, a pressão adicional sobre os rins aumenta após apenas algumas horas. Não estamos a falar de efeitos adversos muito mais tarde, mas literalmente em apenas algumas horas após o atum ser comido. O que acontece se, em vez de uma sanduíche de salada de atum, se comer uma sanduíche de salada de tofu, com exactamente a mesma quantidade de proteína? Sem efeito nos rins. O rim consegue lidar com a proteína vegetal sem problema.
Porque será que a proteína animal causa esta sobrecarga, mas a proteína vegetal não? Parece dever-se à inflamação desencadeada pelo consumo de produtos animais. De facto, tomar um potente remédio anti-inflamatório com esse atum pode abolir o efeito de hiperfiltração (ou seja, o derramamento de proteína como resposta à ingestão de proteína animal).
Também há a carga ácida. Os produtos de origem animal, tais como carne, ovos, e lacticínios, induzem a formação de ácido nos rins, o que pode levar a “toxicitade tobular”, ou seja, danos aos pequenos e delicados tubos que fabricam urina no rim. Os produtos de origem animal tendem a produzir mais ácidos — especialmente o peixe, que é o pior, seguido do porco e das aves — enquanto os alimentos de origem vegetal tendem a ser neutros ou mesmo alcalinos, contrabalançando o ácido. Portanto, “a chave para parar a progressão de doença renal crónica pode estar na secção de frutas e vegetais, não na farmácia”.
Não admira que alimentações baseadas em plantas tenham sido usadas para tratar a doença renal, desde há décadas. No meu vídeo, pode-se ver um gráfico fascinante que segue o derramamento de proteína em pessoas, primeiro numa dieta convencional baixa em sódio, que é o que os médicos geralmente recomendam para pessoas com função renal diminuída; depois uma dieta vegana suplementada; depois a dieta convencional novamente; mais uma vez a dieta vegana. O gráfico está cheio de zig-zags, mostrando que a disfunção renal pode ser ligada e desligada como um interruptor de luz, baseado apenas no que pomos nas nossas bocas.
Com saúde,

Michael Greger, M.D.

(o vídeo tem legendas em português disponíveis nas opções do vídeo
- no símbolo da roda dentada ou dos três pontinhos)

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Traduzido por João Madureira. Lê o livro do Dr. Greger, "Como Não Morrer" (PT) ou "Comer Para Não Morrer" (BR), ou o livro de receitas.

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